Princípios orientadores

Na ação prática, a pastoral penitenciária tem como princípios orientadores oencontro pessoal, o acolhimento, a liberdade, a comunhão, a esperança, a promoção e a integração.

No âmbito da assistência espiritual e religiosa existem equipas de colaboradores e voluntários orientadas por um delegado episcopal. Estas formam uma comunidade ou grupo de fiéis cristãos comprometidos com a realidade prisional, trabalhando de perto com os reclusos, mas também com a prevenção da delinquência e com a reinserção das pessoas voltam à liberdade. 

A presença da Igreja Católica nas prisões do país é hoje em dia uma realidade estabelecida, destacando-se o papel desempenhado pelas equipas de assistência espiritual e religiosa, cujas tarefas principais são o “atendimentoespiritual e religioso”, a “celebração de atos de culto” e a “formação”. Existem também ações de voluntariado, desde atividades de cariz cultural e de ocupação de tempos livres, ao “apoio social e económico a reclusos e seus familiares” e “atividades relevantes para o processo de reinserção social, designadamente apoio em matéria de emprego e alojamento”.

Estes serviços são também um contributo para toda a sociedade, pois, a realidade prisional tem a ver com todos enquanto membros de uma comunidade de onde provêm e para onde voltam as pessoas que se encontram, temporariamente, privadas da liberdade.

O QUE QUEREMOS?

Queremos dar mais visibilidade à pastoral penitenciária no conjunto da pastoral social.

Queremos manter a presença ativa da Igreja dentro do sistema prisional.

Queremos estar no coração da Igreja, ajudando uma população já de si marcada e marginalizada.

Perante a diversidade de realidades de cada estabelecimento prisional, a experiência direta e a relação pessoal continuarão a ser os fundamentos privilegiados da ação.

Esta pastoral implica uma verdadeira “sinodalidade”, isto é, deve envolver as comunidades locais, os grupos de voluntários e as autoridades numa relação de confiança no diálogo institucional.

Para isso, é necessário potenciar as comunidades locais na pastoral prisional, envolver as paróquias e os movimentos.

Em resumo: ambicionamos o envolvimento crescente de pessoas e instituições capazes de constituir uma mais-valia para o processo de reinserção daspessoas reclusas.

PARA ONDE VAMOS?

A Pastoral Penitenciária de Portugal tem assumido, ao longo dos últimos anos, três grandes preocupações que orientam o caminho que pretendemos seguir:

a) uma crescente formação e acompanhamento dos agentes associados à Pastoral Penitenciária em Portugal, assistentes espirituais e religiosos, colaboradores e voluntários, seja através de encontros, seja através da elaboração e disseminação de materiais facilitadores da sua ação pastoral;

b) a valorização do tempo de cada pessoa reclusa, valorizando e dando sentido à sua vida prisional, seja a nível reflexivo, seja a nível da sua reinserção social;

c) uma aposta na reinserção positiva de cada pessoa na sociedade, procurando espaços de acolhimento, postos de trabalho e um acompanhamento efetivo.

A nossa meta é abrangente e envolve cada cristão, na medida da razão e, sobretudo, do coração de cada um. Assim, cada cristão é desafiado:

a) a interessar‑se pelas prisões e pelas pessoas privadas da liberdade como assunto que a todos diz respeito;

b) a tornar‑se colaborador ou voluntário prisional, ligado aos serviços da Pastoral Penitenciária;

c) a contribuir para a intervenção da Igreja católica em meio prisional (a nível da prevenção, da prisão, e da reinserção);

d) a colaborar na procura de caminhos de dignificação e de reinserção de pessoas privadas da liberdade;

e) a colaborar com recursos materiais, de acordo com solicitações da Pastoral Penitenciária;

f) a organizar sessões temáticas sobre prisões e pessoas em situação de privação de liberdade, na sua zona de influência;

g) a organizar campanhas de solidariedade em favor de pessoas em situação de privação de liberdade, na sua terra/ região;

h) a solicitar a colaboração dos serviços de Pastoral Penitenciária a nível local e/ou nacional;

i) a contactar os Serviços da Pastoral Penitenciária, comentar as suas notícias, fazer sugestões, etc.

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